11 de dezembro de 2010

A Alegoria da Caverna

A Alegoria da Caverna (ver alegoria) foi descrita por Sócrates e narrada por Platão, no seu livro "A República". Esta alegoria pinta um bonito quadro:

Há uma caverna, na qual estão vários homens virados na direcção contrária à da abertura e presos sem se poderem movimentar desde a nascença (nunca conheceram outro lugar). Esses são os prisioneiros. Cá fora, outros homens passeiam-se diante da abertura, projectando sombras que são avistadas pelo prisioneiros. Os referidos prisioneiros, ao avistar as sombras, pensarão, naturalmente, que elas eram seres reais.
      
Se alguém soltasse um dos prisioneiros, o forçasse a olhar para a luz e o curasse da sua ignorância (= explicasse que as sombras eram só imagens difusas dos seres e não os verdadeiros seres), o que aconteceria? A princípio, ele ficaria tão ofuscado pela luz que nem veria bem o que lhe diziam ser os "verdadeiros seres" e só gradualmente se habituaria àquela realidade.
     
Quando estivesse acostumado, sentir-se-ia feliz por já não ser ignorante. Ao lembrar-se dos seus antigos companheiros, sentiria pena deles. Mas, se ele voltasse à caverna e explicasse aos outros prisioneiros aquilo que tinha aprendido fora da caverna, eles não se deixariam ir e, provavelmente, matá-lo-iam. 
     
Porquê? Porque acreditavam cegamente que as sombras eram reais (isto é uma superstição, um dogma, uma verdade absoluta) e não permitiam que o antigo prisioneiro lhes questionasse as crenças. Com isto, Sócrates pretende explicar que só os filósofos deviam governar, pois eles não criariam um regime dogmático, mas sim um governo baseado na liberdade. (Estou a parafrasear o que a professora disse)

Metáforas implícitas:
  • A prisão é o mundo sensível, ou seja, o que sabemos através dos sentidos, pois para Sócrates, ser ignorante é tomar como certo o que os sentidos nos dizem. 
  • Prisioneiros somos todos nós, porque estamos agrilhoados pela ignorância. A subida ao mundo exterior é subir ao mundo inteligível (explicado pela razão, não pelos sentidos). 
  • A luz é o Bem e Sócrates defende que compreender o conceito do Bem é o máximo do conhecimento que se pode ter.

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