Contrariamente à ética consequencialista (julga a moralidade de uma acção pelas suas consequências) e à ética deontológica (julga a moralidade de uma acção pela sua adesão a uma regra moral, sendo o seu objectivo o alcance da vida recta (= correcta, de acordo com a regra)), que defendem a universalização dos códigos morais de conduta e imparcialidade nos juízos feitos, a ética do cuidado (uma posição teleológica, isto é, que explicita claramente a finalidade que deve ser alcançada com uma acção moralmente boa) enfatiza a importância das relações. Segundo ela, a intenção ética (que é, como sabemos, o alcance da «vida boa») é concretizada assegurando o bem-estar dos que nos rodeiam (tanto o «tu», que nos é próximo, como o «ele», que é o indivíduo que não conhecemos) e o nosso (= do «eu»), sendo que a minha felicidade afectará positivamente os meus semelhantes e a deles também contribuirá para a minha. Assim, ao cuidar de uma destas três entidades («eu», «tu» ou «ele»), isto é, tratá-la com gentileza e respeito, havendo ponderado o que fazer para tornar a sua vida melhor e tomando responsabilidade pela acção escolhida, estamos, indirectamente, a cuidar das outras duas.
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