8 de novembro de 2011

Definição de lógica

A Lógica é a área da Filosofia que estuda os princípios através dos quais se pode distinguir um argumento válido de um inválido. Podemos identificar dois tipos de lógica: natural e científica.

A lógica espontânea é inata.
Como ser racional, o Homem está predisposto para pensar (e, consequentemente, discursar e agir) bem, isto é, em conformidade com a série de princípios lógicos que lhe servem de orientação. O raciocínio humano é, pois, embora não nos apercebamos, caracterizado pela dissecação da informação recebida do meio externo em argumentos e posterior procura da coerência interna destes. Esta análise, que se designa lógica espontânea, resulta de um exercício natural da inteligência e racionalidade humanas (podemos dizer que lhes é inerente), sendo, por isso, inata e intuitiva.
À semelhança do que sucedia com Savater e o «bom gosto ético», também alguns filósofos admitem que esta lógica, embora presente desde a nascença, é alterada a e aperfeiçoada com a nossa educação, tornando-se, à medida que nos desenvolvemos, uma mescla de elementos inatos e culturais.

A lógica científica surge para colmatar as lacunas da lógica espontânea.
Nem sempre a lógica espontânea pode ser aplicada, pois, sendo esta intuitiva, é muito limitada. Há vários problemas, como é o caso do célebre problema de Monty Hall, em que a lógica espontânea falha e precisamos de recorrer a um tipo de lógica mais regrada. É aqui que surge a lógica científica, um estudo do pensamento racional (isto é, lógico) que culmina na definição dos princípios pelos quais este se rege. As normas identificadas tornar-se-ão o instrumento de avaliação da coerência dos argumentos do discurso, isto é, aquilo que permite classificá-los quanto à sua validade.
Verificamos que a lógica científica só pode determinar se um argumento é coerente ou não, não podendo, contudo, pronunciar-se quanto à fidelidade deste à realidade. Diz-se, pois, que esta é uma lógica formal: só concerne a forma (modo de encadeamento das premissas e das conclusões, que pode ser válido ou inválido), não o conteúdo (significado das proposições, que podem ser verdadeiras ou falsas).


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